quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Como devemos encarar a ingratidão na Umbanda



Uma das primeiras lições que aprendi na Umbanda foi a de que não devemos cobrar a gratidão das pessoas que buscam ajuda nos terreiros.
Mas por quê? Se a ingratidão é algo tão reprovável?
Dói auxiliar alguém e nem receber um obrigado. Há aqueles que só vão à gira em busca de seus interesses pessoais e quando alcançam seus objetivos nunca mais aparecem.
Mesmo entre nós médiuns existem esse comportamento. Só sabemos pedir e nunca estamos satisfeitos. Sempre queremos mais. Mas quando a Umbanda precisa de nossos préstimos, temos sempre uma desculpa na ponta da língua.
Pois bem, se a ingratidão nos faz tanto mal, não seria justo reprovar essas pessoas?
A resposta é NÃO.
Pois já recebemos o pagamento antes mesmo de realizarmos os trabalhos nos terreiros. Não temos o que cobrar, já fomos pagos.
É isso mesmo. Já fomos pagos. Diferente dos homens, DEUS paga sempre adiantado.
Vejamos:
Ele nos deu a vida.
Nos deu a inteligência para que pudéssemos discernir o certo do errado.
Nos deu a visão para que pudéssemos contemplar esse planeta maravilhoso.
Nos deu a audição para que pudéssemos ouvir o canto dos pássaros, o som do mar, dos ventos, da chuva.
Nos deu as mãos e os braços para que pudéssemos trabalhar.
Nos deu os pés e as pernas para que pudéssemos caminhar.
Nos deu o alimento para matar nossa fome.
Nos deu água para matar nossa sede.
Nos deu o ar para que pudéssemos respirar.
Enfim, nos deu todos os recursos para que pudéssemos viver.
Deu tudo isso e muito mais. E continua nos dando ao longo de nossa existência.
E quanto nós pagamos por isso?
A resposta é NADA.
Por isso já recebemos nosso pagamento adiantado. Não há o que discutir.
A Umbanda é uma das vias mais perfeitas para que possamos retribuir essa dádiva.
Quando trabalhamos no terreiro praticando a caridade, estamos apenas retribuindo aquilo que recebemos. Por isso não podemos cobrar nada de quem nos procura. Nem cobrar em dinheiro nem cobrar um “muito obrigado”.

Quem se propõe a fazer a caridade não deve esperar pela gratidão.

Pai Alexandre Trinidad
Núcleo Umbandista Pai Joaquim de Angola e Mentores de Luz
Praia Grande – São Paulo

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